domingo, 4 de fevereiro de 2018

Fotografias e o Tempo

Vamos observar e concluir
Serve à todos nós o que vou construir
Nesta composição de lembranças
Desde nossas idades como crianças

Rassalve-se os casos intrigantes
Pelas escolhas nada inteligentes
Que aqui também serão referidos
Como comparações dos outros lados

Abre-se a porta da humanidade
Chegamos e entramos pela social
Sem batermos, pois a todos é igual
Excetuando-se o tipo do lar e sua humildade

O sol aquece sem separação
Muda-se a cor do cabelo sem segregação
O oxigênio é ofertado sem limitação
Serve ao casebre ou o palacio com ostentação

A criança chega e é fotografada
Sua coleção de fotos é aumentada
Desde sua juventude é até filmada
E já adulta também é gravada

Hoje de modo amplo e sem restrição
Todos são operadores em ação
Fotográfos, diretores e também atores
De seus momentos de festa, dores e amores

Nas mídias sociais os sorrisos estampados
Os instantes mais relevantes são gravados
Seja onde for, seja o cenário natural ou não
O relevante é na telinha a aparição

Corre o tempo, somam-se os luares
Praias, praças e inesquecíveis lugares
Festejos, passeios e reuniões familiares
Momentos comuns e outros singulares

Segue o tic tac do relógio sem alterações
No circular dos ponteiros pontuando emoções
O pulsar do coração do nascente ao poente
A idade avançando no oriente ou no ocidente

Até que num dia qualquer, sem distração
Podendo ser num domingo preguiçoso
No seu lar, tranquilo e sem noção
Toma-se o albúm de fotos e se inicia a projeção

Em câmara lenta você faz a avaliação
Percebe que o cabelo mudou em total a coloração
Em todos o grisalho é a tonalidade
Certificado da dita e propalada melhor idade

E então você analisa a cor
Conclui que para muitos é a do respeito e pudor
Porém, a outros tantos da vermelha vergonha
E a estes o testemunho a noite fica na fronha

O cidadão ocupa qualquer função
Da mais simples até presidente da nação
Seu caráter dirá qual sua adjetivação
Honesto, competente, ou corrupto e até ladrão

A moldura da história é que a trajetória ditará
A foto histórica amanhã falará
Às gerações posteriores quem foi o ente
Probo, útil, trabalhador, ou só um indigente

 Por isso ao longo da jornada
Cada um opta pela porta de saída
Muitos sairão pela mesma porta da entrada
Sem deixar a descendência envergonhada

Porém, muitos fugirão pela porta dos fundos
Com curriculum sujo e registros imundos
O nome familiar razão de vergonha e gozação
Pois foram atores no palco da corrupção

E então, é assim que se constroe uma nação
Enquanto alguns com amor a trazem no coração
Outros a pisoteiam em função de cada condenação
Pois a vida inteira foram almas  indecentes e de ladrão.

Lúcio Reis

Belém do Para – Brasil em 04/02/2018.

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